sexta-feira, 24 de agosto de 2012

#AcessaWeb: debate sobre acessibilidade na internet (em Português e Libras)

Disponível em http://youtu.be/iveaUD4X96A



#Acessaweb debateu como a pessoa com deficiência navega na Internet EBC na Rede

(A partir dos 50min MAQ fala sobre audiodescrição.)

Um bate-papo inédito e inclusivo pôs em discussão, nesta quinta-feira (23), as dificuldades e facilidades disponíveis para fazer com que a pessoa com deficiência navegue pela internet. O hangout (ferramenta de voz e vídeo da rede social Google+) #AcessaWeb reuniu por videoconferência Ana Regina Campello, uma das presidentes da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, e Marco Antônio Queiroz, que é cego, autor do site Bengala Legal e membro da equipe que desenvolveu o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (e-mag). A mediação foi feita pela jornalista da EBC, Carla Maia, que é cadeirante.

A inovação ficou por parte da tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para que os deficientes auditivos que só se comunicam por sinais pudessem também acompanhar o debate. Para isso, os intérpretes Mariza Castro, de Brasília, e Claudia Jacob e Johnatas Narciso, do Rio de Janeiro, participaram da transmissão. Os internautas puderam interagir com os entrevistados e também enviar perguntas por meio das redes sociais.

Barreiras
Criador do site Bengala Legal e internauta desde 1998, o desenvolvedor Marco Antônio Queiroz,o MAQ, elegeu as imagens e as tabelas como elementos de web que mais dificultam a navegação dos deficientes visuais: "A regra geral da acessibilidade na web para cegos é transformar tudo que é visual em texto", ensina. O problema das imagens e das tabelas é que elas não podem ser lidas corretamente se não forem inseridas da maneira acessível: "O leitor de texto não entende a imagem. Por isso, o simples fato de ter um texto que explica o que a imagem retrata, já é um facilitador".

Ana Regina Campello diz que, para deficientes auditivos que dominam o português, a falta de legendas em conteúdos audiovisuais ainda é um empecilho para a plena acessibilidade. O problema é mais grave para quem não fala português e se comunica apenas em Libras: "É muito difícil para o surdo que se comunica em Libras obter informação, tirar dúvidas ou requerer serviços".

Facilitadores
Entre as tecnologias citadas para ampliar o acesso das pessoas com deficiência visual ou auditiva na internet e aos meios de comunicação, os leitores de tela, a audiodescrição e os programas que permitem a realização de videoconferências foram citados.

MAQ salientou que as versões mais recentes do iPhone, inclusive, já saem de fábrica com leitores de tela que ajudam os deficientes visuais a usarem os smartphones, o que representa um grande avanço de inclusão digital. Ana Regina contou que o sistema VPAD, que permite a comunicação com uma central de intérpretes de Libras, que repassa a mensagem em português ao ouvinte, dá "autonomia" de comunicação ao deficiente auditivo.

Redes sociais
Até mesmo para interagir em redes sociais, os portadores de necessidades especiais procuram canais adequados. Ana Regina conta que a comunidade surda que se comunica exclusivamente por Libras adotou o Facebook como ponto de encontro preferencial: "O Facebook permite que você grave e coloque vídeos em seu perfil, o que é primordial para a nossa comunicação".

Já MAQ diz que o grande número de imagens sem descrição dificulta a navegação dos cegos no Facebook. Por outro lado, o twitter é uma ferramenta mais inclusiva para quem tem este tipo de deficiência, por ser predominantemente textual. "O twitter, no momento, é a rede mais usada pelas pessoas cegas", conclui ele, que mantêm um perfil na rede.

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